Disse Carlos Drummond de Andrade no poema Cortar o Tempo
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.”
Eu digo:
” O nosso tempo é para além do calendário e do relógio.
O nosso tempo são dos fatos.
Cansaço…
A esperança industrializada gera mais valia. Exige que o homem seja de aço.
Começar e terminar o ano é um meio de acreditarmos em alguém ou em algo.”